(Imagem/www.oraclehome.com.br)
Um sujeito, aparentemente conhecido, vem em minha direção. Conheço aquele caminhado; o penteado terrível; aqueles
gestos, nossa, são realmente familiares. Não posso crer! Fita-me como se estivesse
passando pela mesma situação: perdido em tolas tentativas de reconhecimento.
Será um inimigo? Devo recuar ou gritar por socorro? Parece andar determinado a
chocar-se comigo. Que maluco! Será ressentimento por alguma conduta da qual não me
lembro?
Veja as pessoas, como nos
observam agora. Que faces horríveis! Anseiam por alguma manifestação? Será que
sabem algo sobre nós dois que nós não sabemos? Ora olham para mim e ora olham para
ele. De que lado estão? Inimigos ou amigos? "Devo recuar ou gritar por socorro"? Deveriam
falar algo! Que suspense agoniante, meu Deus! Finalmente, chegamos ao limite, estou de
frente com ele. Tão perto que pude sentir sua respiração acelerada. Também estará
aterrorizado pelo suspense? Oh, Deus!
Após alguns segundos, envoltos por um
silêncio assustador, na busca desesperada por respostas, finalmente resolvo
recuar. Com os sentidos da percepção a flor da pele viro-me, mas sempre mantendo
o olhar penetrante de desconfiança. E ele, não sei se por educação ou cortesia, recua da mesma forma. Já de costa, arrisco algumas olhadas, e, para minha felicidade, o
sujeito já se mantinha bem longe, à uma distância relativamente segura para não
mais “refletir”.
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