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terça-feira, 29 de julho de 2014

Quem será?

(Imagem/www.oraclehome.com.br)

Um sujeito, aparentemente conhecido, vem em minha direção. Conheço aquele caminhado; o penteado terrível; aqueles gestos, nossa, são realmente familiares. Não posso crer! Fita-me como se estivesse passando pela mesma situação: perdido em tolas tentativas de reconhecimento. Será um inimigo? Devo recuar ou gritar por socorro? Parece andar determinado a chocar-se comigo. Que maluco! Será ressentimento por alguma conduta da qual não me lembro?

Veja as pessoas, como nos observam agora. Que faces horríveis! Anseiam por alguma manifestação? Será que sabem algo sobre nós dois que nós não sabemos? Ora olham para mim e ora olham para ele. De que lado estão? Inimigos ou amigos? "Devo recuar ou gritar por socorro"? Deveriam falar algo! Que suspense agoniante, meu Deus! Finalmente, chegamos ao limite, estou de frente com ele. Tão perto que pude sentir sua respiração acelerada. Também estará aterrorizado pelo suspense? Oh, Deus!

Após alguns segundos, envoltos por um silêncio assustador, na busca desesperada por respostas, finalmente resolvo recuar. Com os sentidos da percepção a flor da pele viro-me, mas sempre mantendo o olhar penetrante de desconfiança. E ele, não sei se por educação ou cortesia, recua da mesma forma. Já de costa, arrisco algumas olhadas, e, para minha felicidade, o sujeito já se mantinha bem longe, à uma distância relativamente segura para não mais “refletir”.      

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