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domingo, 7 de junho de 2015

Senhor Ninguém


Poucos filmes me marcaram tanto quanto Mr. Nobody. O forte conteúdo científico e filosófico misturado com os três romances desenvolvidos ao longo do enredo formam um espetáculo digno de tirar o chapéu. Através de mais uma brilhante atuação de Jared Leto e direção do finado Jaco van Dormael o objetivo de mostrar a influência das escolhas (ou a difícil tarefa de escolher) em nossa vida é engenhosamente alcançado.

Nemo (personagem principal representado por Leto) é o mortal mais velho que está às vésperas de completar 118 anos. Chamado de “Teleminzação”, a mortalidade é algo intrigante entre as pessoas que já se acostumaram com o fato de nunca perecer. Esse mundo fictício, no qual Nemo é questionado sobre os mistérios da sua vida, está relacionado à escolha mais difícil que já teve que fazer – ficar com o pai ou com a mãe.

A superstição do pombo, Big Crunch, o efeito borboleta e a teoria das cordas dão um toque de genialidade no esclarecimento da história da vida de Nemo e as diferentes trajetórias caso houvesse optado por ficar com um dos pais no dia em que foi forçado a escolher. Desencadeia-se, assim, três romances distintos com Jeanne, Elise e Anna, criando uma verdadeira confusão sobre com qual dos pais Nemo acabou ficando e qual mulher acabou se casando. De todas as história qual é a verdadeira?

Na vida “enquanto não se escolhe, tudo permanece possível”. É assim que a trama desenvolve seu suspense. Numa tarefa quase impossível de ter que escolher entre o pai e a mãe, Nemo se encontra no que, num jogo de Xadrez, se chama de “emboscada”. Qualquer jogada é fatal e a única saída seria não fazer nada. Nesse ponto, faço uma consideração. “Não fazer nada”, não seria, também, o resultado de uma escolha?

São mais de duas horas sob uma perfeita sincronia entre enredo e trilha sonora. As musicas dão vida às histórias e marcam o momento de maior aflição da vida de Nemo. Duas escolhas que levam o personagem principal à momentos de profunda infelicidade e consequentemente à própria morte. Do início ao fim, os fatos são narrados com um único fim de confundir e muitas vezes para enfatizar o efeito das escolhas além da teoria do Big Cruch. 

Sr. Ninguém é um filme sensacional, mas que requer bastante atenção no acompanhamento de sua narrativa. A mistura de ciência, filosofia, ficção e metafísica faz o filme parecer coisa de nerd. É só manter a calma e não entrar em pânico! Com um pouco de esforço é possível apreender sua essência, basta fazer uma única "escolha": a de assisti-lo! Boa viagem! 


Minha nota (0 a 5) 

3 comentários:

  1. Boa viagem foi o mais apropriado pra dizer no final deste texto. Eu viajei quando assisti. Muito bom e muito bom o texto

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  2. Boa viagem foi o mais apropriado pra dizer no final deste texto. Eu viajei quando assisti. Muito bom e muito bom o texto

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