(Imagem/www.folhavitoria.com.br) |
Assumo que nunca fui fã de celulares.
A ideia de “escrever” por aquelas teclas miúdas me parece uma piada de mau
gosto. Vingança de algum arqui-inimigo de Henri Mill (o inventor da máquina de
escrever). Quiçá, um lunático com megalofobia. Mas o pior, em lhe dar com esse micro
projeto apocalíptico, são as consequências traumatizantes.
Tem quem ache que o absurdo
compense, sendo a mobilidade a melhor das justificativas. Sendo assim, penso
que seria o mesmo que vender a própria casa a fim de comprar um bom carro. Dormir
desconfortavelmente nele, mas ir para onde quiser. Voilá! Para o precipício, quem sabe. Um caminho sem volta!
E uma das principais
consequências do uso excessivo dessa moda high-tech é o que chamarei, aqui, de “Mundo
instantâneo”. Calma! Não é uma paranoia. É só algo pior. É nada mais que a
busca por uma objetividade sem limites e o trauma pela prolixidade. E basta uma
ligeira pesquisa com os adoradores da obra maldita, para confirmar o que digo.
A pergunta ideal seria: você
costuma pensar bem, antes de “escrever” suas mensagens? Ou quem sabe, com um pouco mais de ousadia: suas
mensagens são ricas em detalhes, presando por uma boa estruturação dos
parágrafos? Decerto que a pesquisa acabasse por comprometida, devido à baixa
quantidade de entrevistados que escreveram mais de um parágrafo em seu poderoso
celular.
Num futuro não muito distante, as
pessoas serão tão “monossílabas” ou “palavristas” que a vida perderá sua graça
(ou melhor, a mensagem perderá sua graça). Àqueles que realmente se importam,
sugiro discutir o assunto com os que ainda esboçam salvação. Antes que
mensagens deste tamanho terminem incineradas pela fogueira da “Santa (In)Utilidade”
e o mundo se torne um vazio instantâneo.
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